É DIFÍCIL ESTUDAR ALEMÃO ?!
Por outro lado, quando se cresce ouvindo e falando com os pais não há como ter ideia da dificuldade com o idioma até o momento em que se começa a escrevê-lo... Segundo o romancista americano Jonathan Franzen, que estudou alemão na Pensilvânia, em Munique e Berlim, a construção da língua alemã lembra as peças do brinquedo de montar Lego: “Das formas flexionadas dos verbos pode-se chegar aos seus infinitivos, ignorar as pequenas palavras ininteligíveis ou compreendê-las através do contexto e podem-se decompor as grande sem seus elementos constitutivo”.
Neste sentido, a formação de um conceito a partir da junção de duas ou mais palavras como Weltanschauung – concepção de mundo, facilita a compreensão das mesmas e até a criação de novas, já que a língua é viva e passa por inovações continuadas. A riqueza léxica deve-se à presença de palavras estrangeiras, principalmente latinas mas também pelos anglicismos decorrentes do uso comercial do inglês.
Os idiomas eslavos, germânicos e fino-húngaros foram elaborados partir gramática das antigas línguas grega e romana e suas declinações. Já as neolatinas perderam esta lógica o que dificulta em muito o aprendizado das mais complexas, como francês e português.
Após a extinção dos Impérios Centrais - Alemanha, Áustria-Hungria e Otomano, em 1919, havia intenso intercâmbio cultural e científico entre escandinavos, húngaros, baltos e eslavos com São Petersburgo, Budapeste, Viena, Praga e Berlim enquanto Varsóvia e Bucareste dialogavam com Paris. Os intelectuais da cidade polonesa e a da capital romena dialogavam com a França, a primeira pela proteção que recebera de Napoleão, a segunda, por identificar-se coma cultura latina, contra a eslava.
Mas a elite cultural das nações tcheca, eslovaca, croata, eslovenos, tirolesa do Império Austro-Húngaro –, usava o alemão como língua franca. Então, a Europa setentrional era integrada culturalmente até ser dividida pela Cortina de Ferro. A partir de então, a Europa do leste foi russificada enquanto a ocidental se integrou aos países mediterrânicos. Atualmente, a União Européia congrega povos com 23 línguas oficiais escritas por três grafias diferentes – latina, grega e cirílica!
Os idiomas eslavos, germânicos e fino-húngaros foram elaborados partir gramática das antigas línguas grega e romana e suas declinações. Já as neolatinas perderam esta lógica o que dificulta em muito o aprendizado das mais complexas, como francês e português.
Após a extinção dos Impérios Centrais - Alemanha, Áustria-Hungria e Otomano, em 1919, havia intenso intercâmbio cultural e científico entre escandinavos, húngaros, baltos e eslavos com São Petersburgo, Budapeste, Viena, Praga e Berlim enquanto Varsóvia e Bucareste dialogavam com Paris. Os intelectuais da cidade polonesa e a da capital romena dialogavam com a França, a primeira pela proteção que recebera de Napoleão, a segunda, por identificar-se coma cultura latina, contra a eslava.
Mas a elite cultural das nações tcheca, eslovaca, croata, eslovenos, tirolesa do Império Austro-Húngaro –, usava o alemão como língua franca. Então, a Europa setentrional era integrada culturalmente até ser dividida pela Cortina de Ferro. A partir de então, a Europa do leste foi russificada enquanto a ocidental se integrou aos países mediterrânicos. Atualmente, a União Européia congrega povos com 23 línguas oficiais escritas por três grafias diferentes – latina, grega e cirílica!
Mesmo após o fim dos impérios alemão e austro-húngaro, o alemão era a língua oficial de oitenta milhões de habitantes de Alemanha, Suíça e Áustria e de Lichtenstein. Mas também era o idioma de milhões de germânicos em países vizinhos – Países Baixos, Escandinávia, Polônia, das então Tcheco-eslováquia e Iugoslávia. Também era falada por minorias alemãs emigradas para o extinto império russo e nas comunidades alemãs formadas nas Américas.
Até a imposição do niilismo cultural pelo nazismo na cultura alemã, Deutsch teve sua importância como língua cultural das elites intelectuais da Europa Central e Oriental, recorrente entre cientistas sociais e naturais, além dos teólogos protestantes. Nos países latinos, o francês era usado pela diplomacia e o inglês pelos negociantes devido ao predomínio britânico na economia mundial. Já o russo foi e continua sendo o idioma oficial do extinto império eurasiano embora a língua materna de Marx – alemão, também usada por Lênin na fundação do Komminter – em alemão Kommunistische Internationale (1919-1943).
Como o latim era ensinado em educandários católicos e nas escolas luteranas alemãs, as crianças aprendiam a grafia latina, que mais tarde seria usada por naturalistas, cientistas e economistas - nesse caso, devido ao poder britânico e do sistema capitalista. Esta grafia também era a dos anúncios de jornais e de revistas para divulgar produtos inclusive aos estrangeiros que estivessem na Alemanha. Por outro lado, a grafia alemã – aqui chamada de gótica - era a do governo e do cotidiano encontrada em jornais e periódicos, escolas primárias, na literatura popular e erudita com alemães alfabetizados em duas grafias, alemã e latina.
A autora se perguntava quando foi que os alemães pararam de imprimir seus livros nessa grafia já que lera obras infantis em gótico e descobriu que, ... de início, Hitler a considerava símbolo da cultura germânica, enquanto a grafia latina representava o elemento estrangeiro, de fora dessa cultura. Entretanto, no momento em que o 3º. Reich se expandiu em duas frentes, a ocidental a oriental, Hitler percebeu que, apesar de muitos até falarem alemão, a impressão dos decretos teriam de ser publicadas em grafia´p latina para facilitar a leitura pelas nações dominadas.
A autora se perguntava quando foi que os alemães pararam de imprimir seus livros nessa grafia já que lera obras infantis em gótico e descobriu que, ... de início, Hitler a considerava símbolo da cultura germânica, enquanto a grafia latina representava o elemento estrangeiro, de fora dessa cultura. Entretanto, no momento em que o 3º. Reich se expandiu em duas frentes, a ocidental a oriental, Hitler percebeu que, apesar de muitos até falarem alemão, a impressão dos decretos teriam de ser publicadas em grafia´p latina para facilitar a leitura pelas nações dominadas.
Então, numa canetada, o chanceler decidiu que a grafia alemã era obra dos de gráficos judeus no início da imprensa e que deveria ser banida. Em plena guerra, de um dia para o outro, decretos, jornais, livros didáticos deveriam ser impressos em grafia latina... Os tipos móveis góticos de gráficas e de máquinas de escrever foram parar em fundições para serem refeitas para atender as exigências dos novos caracteres. Afinal, a intenção do Reich era se impor às nações ocupadas – latinas, escandinavas, como a eslavos católicos e ortodoxos, inclusive aos aliados croatas, húngaros e romenos.
Hoje, a escrita alemã ou “gótica” confere tom peculiar, doméstico e de aconchego a letreiros de estalagens, pousadas, tavernas e, claro, às marcas de cerveja e suas bolachas de papelão, além de vários outros produtos típicos! Ela também pode ser vista no título de periódicos locais ou conservadores, e até nas manchetes de jornais. Só alguns idosos lêem a escrita cursiva alemã ou fractal, o que veta o acesso a mil anos de memória presente em toneladas de documentos, dos oficiais à correspondência privada. Tendo em vista as especificidades regionais dos manuscritos e as alterações sofridas pela grafia ao longo dos séculos (só padronizada em fins do século XIX), é preciso recorrer a filólogos especialistas para ler estas fontes históricas.
Os dialetos locais denotam familiaridade entre as pessoas de determinada comunidade. Assim, os dialetos oriundos do baixo alemão – o Plattdeutsch - lembram pouco o holandês, enquanto o bávaro remete ao sotaque austríaco. Enquanto os suábios falam de modo calmo e suave, os habitantes de Hamburgo e de Schleswig-Holstein pronunciam o “S” sibilado, e não chiado, comum entre a maioria dos alemães. Na Alemanha comunista o russo era a língua estrangeira obrigatória, enquanto na Ocidental era e ainda é o inglês. Após a reunificação, o fato de os alemães orientais saberem russo, contribuiu para se integrarem com os países eslavos como Polônia e Eslovênia.
Os dialetos locais denotam familiaridade entre as pessoas de determinada comunidade. Assim, os dialetos oriundos do baixo alemão – o Plattdeutsch - lembram pouco o holandês, enquanto o bávaro remete ao sotaque austríaco. Enquanto os suábios falam de modo calmo e suave, os habitantes de Hamburgo e de Schleswig-Holstein pronunciam o “S” sibilado, e não chiado, comum entre a maioria dos alemães. Na Alemanha comunista o russo era a língua estrangeira obrigatória, enquanto na Ocidental era e ainda é o inglês. Após a reunificação, o fato de os alemães orientais saberem russo, contribuiu para se integrarem com os países eslavos como Polônia e Eslovênia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário